quinta-feira, junho 14, 2007

Fugitivo

Uma caneca vazia sobre o piano
Pétalas secas nas páginas de um livro
Nada além da chuva lá fora
A porta aberta incerta em estado de alerta

Poderia ser bem diferente
Poderia ser só a gente
Se eu não fosse tão covarde
Se eu fizesse algum alarde

Sempre tive medo
Medo de mim mesmo
Não é nenhum segredo
Verdade trancada a sete chaves
Manchete do Jornal da amanhã cedo

Quanto mais perto quis chegar
Mais distante fui parar
Você cansou do meu joguinho
Dessa história de vai e vem
E foi buscar o seu próprio bem

Fiquei vendo o trem partir
Nada de lenços brancos
Nenhuma lágrima derramada
Nenhuma pedra molhada
Nem sequer uma ultima olhada
Só eu naquele banco
Naquela noite estrelada
Bela e sufocada

Você partiu naquele trem
Inerte, imóvel, sem destino
Me deixou sem se afastar
Eternamente até amanhã
Ficarei a te esperar

6 comentários:

Anônimo disse...

"Meu Deus, que coisa mais linda!!!"
Foi a primeira coisa que soltei após ler essa postagem.
Fiquei pensando... de onde vem tanta inspiração!?
Mas aí me lembrei que és inspirado por natureza!

Bom, pensamos, pensamos, e pensamos.
Eu enrolei, enrolei, e enrolei.
Mas não poderia haver melhor abertura do que esta!

Que esse nosso projeto, que não passa de um passa-tempo entre "tio e sobrinha", espirantes a poetas, engenheiros e a guitarristas, e antes de mais nada, amigos, tenha muitas e muitas linhas.
E se não ficarmos famosos, ao menos teremos registros de excelentes momentos, boas recordações, e a amizade, que vale mais que qualquer prêmio...

Beijos, parabéns e que venham as postagens! =D

Anônimo disse...

adorei marcos.. continue sempre escrevendo, pq isto é um verdadeiro dom em vc...
vc escreve bem demais..
concordo com a thamy.. simplesmente lindo..
adorei
e thamym seja bem vinda então..;..

bom trabalho queridos.

Kat disse...

Que massa! *.*
Nossa, White!
Não conhecia seu lado poeta... ^^

Parabéns! Deus te abençoe...

Anônimo disse...

ggg

Anônimo disse...

A poesia sempre embebedou-se nas fontes da loucura e do delírio, as percepções alteradas, seja por drogas - como no caso de baudelaire ( haxixe, ópio, vinho ), cruz e souza (chá de lírio,etc - ou por um divino extase de origem místico religiosa - tagore, murilo mendes, cecilia meirelles - provocam um arrebatamento que o poeta se transforma num verdadeiro Hermes, um mensageiro que se encontra na linha fronteiriça entre o que se convencionalmente chamamos de real e de espiritual. O poeta é um médium, é um ser que consegue ver além do tempo e do espaço, para ele não existem véus nem barreiras, tudo se mostra claro e límpido, as coisas se revelam de forma imediata e espontânea. A poesia é o instrumento, é sua morada, é onde ele faz vísivel, é onde ele materializa sua substância que é éterea e imutável... o espírito se corporifica... o poeta vivifica as palavras com seu ritmo e coerência. Como diria o filósofo francês Blaise Pascal: "Todos os homens são loucos e aquele que se diz são comete outro tipo de loucura". Mas não iremos nos entregar ao eufórico clima dionisiaco nietzscheano, ao contrário, iremos recorrer ao fantástico mundo abordado pelos loucos e não tentar interpretá-los mas compreender a sua unidade, única, singular e em sua percepção, perfeita, por que não?
boas produções poéticas...

Valdecy Alves disse...

Nietzsche dizia que o mundo é um imenso pântano e que a arte é a orquídea colorida e bela que nasce no alto da árvore podre.
Digo então que BLOGS DE POESIA SÃO ORQUÍDEAS NO PÂNTANO DA WEB.
Convido a ler poesia da minha autoria, escrita ontem 05/03/2011. Se gostar comente e divulgue:
http://valdecyalves.blogspot.com/2011/03/canto-vida-peregrina.html